Nintendo DS em Wifi com o roteador Linksys WRT54G

Não sei se já comentei antes, mas sou o feliz dono de um Nintendo DS. Comprei ele pois queria um videogame simples e divertido, com jogos interessantes. Quando um colega me apresentou o Nintendo DS, com jogos como Trauma Center, Ouendan!, Mario Kart e Mario Party, foi paixão à primeira vista, principalmente pelos jogos que usam a stylus (operar o cara virtualmente no Trauma Center é o máximo).

Um dos recursos mais interessantes do DS é que ele pode usar o sistema de WiFi que possui para jogos multiplayer inclusive para jogar via Internet, bastando que você tenha um roteador WiFi 801.22 tradicional. No meu caso, possuo um Linksys WRT52G. No caso, vou falar sobre como configurá-lo para usar com o DS com uma boa segurança (na medida do possível).
É bom começarmos esclarecendo um fato: o DS infelizmente não aceita seguranças baseadas em WPA ou em WEP acima de 60 bits. No caso, a melhr coisa a se fazer é bloquear também o acesso por outros meios. Particularmente a trava de acesso pelo MAC (Media Access Control) é bastante interessante, pois é razoavelmente difícil burlar-se o controle de acesso dessa maneira (existem técnicas de ARP poisoning e ARP spoofing que permitem enganar esse tipo de trava, mas ainda assim é algo com um bom grau de segurança). Isso pode tornar o acesso um tanto inconveniente, mas é como se diz: a segurança é inversamente proporcional à conveniência.
Bem, então vamos nessa:
1-) Configurando o WiFi:
É importante começar avisando que, embora o utilitário de configuração inicial do roteador seja em Windows, uma vez essa configuração seja feita (acredito que deva funcionar via Wine, mas comigo não deu certo), a configuração pode ser feita totalmente pelo navegador, inclusive em Linux (Firefox, Konqueror e Epiphany todos funcionam com a ferramenta de administração do Linksys). È recomendável ativar-se o DHCP, pois isso oferece alguma conveniência na configuração.
OK… Com o roteador instalado, vamos ao que interessa: abra seu navegador e vá para o endereço do roteador (normalmente http://192.168.1.1). Seu navegador irá pedir um login e senha. O login é vazio, a senha você deve usar a definida no momento da configuraçãoi inicial (ou qualquer outra que você tenha definido para o administrador). Você irá então cair na janela de administração geral. A navegação é simples na ferramenta de administração: existem duas barras, uma preta e uma azul. A preta são as opções principais, enquanto a azul são as sub-opções. No caso, clique em “Sem Fios“. Você irá para uma página como a abaixo:


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Você irá cair na opção “Definições sem fios básicas“. Para liberar de maneira básica seu DS em WiFi basta configurar essa página. No modo, você pode deixar “misto”, de modo que hardware wireless mais potente possa usar velocidades maiores (ao menos enquanto o DS não estiver presente). No SSID coloque qualquer nome que desejar. A única sugestão é não deixar no valor padrão da Linksys (linksys). No meu caso, o SSID está definido para “hogwarts”. Quando quiser deixar o WiFi desligado, selecione “nenhum” nessa opção.
A opção “Canal sem fio” está marcada pois existe um certo debate sobre qual canal deixar. Em muitas comunidades, aconselha-se o canal 6, pois é um consenso. Na realidade, não há nada que o impeça de deixar em qualquer canal. Eu preferi deixar no 6, portanto é a seu critério.
A opção “Difusão de SSID sem fios” é uma opção que você pode avaliar para aumentar um pouco a segurança: em modo normal, toda rede WiFi faz a difusão do seu SSID para anunciar sua presença. Porém, algumas pessoas preferem desativar esse recurso, crendo que ele torna a rede insegura. Como é possível descobrir-se o SSID por força bruta, ainda que não seja fácil, esse recurso não é muito interessante, pois também irá dificultar seu acesso à rede (você precisará lembrar totalmente o nome do SSID da sua rede). Eu prefiro deixar esse recurso ativo e fazer o controle de acesso via MAC, mas isso também é opção sua.
Clique em “Guardar Definições” e pronto: sua wireless estará ativa. Vamos fazer um teste rápido.
2-) Testando sua conexão com a Internet no DS:
Pegue seu DS e escolha um jogo que permita acesso à Nintendo WFC (World Friend Connection). Sugiro Mario Kart DS ou Bleach. No caso, falaremos de Mario Kart DS. Escolha a opção “Nintendo WFC” e em seguida vá para “Nintendo WFC Settings”. A partir daqui, a janela de configuração é genérica. Você verá a tela abaixo:

Selecione “Nintendo Wi-Fi Connection Settings” com a stylus. Você receberá um assistente de conexão como o abaixo na Touch Screen:

Aqui no caso percebemos que o DS tem como receber até 3 redes WiFi para acessar. Toque em um dos “None” para ir ao “Settings” como abaixo:

Selecione a opção “Search for an Access Point”. Aqui é importante ressaltar algumas coisas:

  1. Nesse momento, devem ser encontradas todas as redes wireless na região de potência do DS. Se você não permitiu anúncio do SSID, você pode ter alguns problemas para localizar sua rede se ouver outras redes cujo SSID não esteja sendo anunciado. Por isso, em um primeiro momento, é interessante configurar o roteador para anunciar o SSID. Depois de configurar a rede no seu DS, desativar o SSID não faz a menor diferença;
  2. O DS irá mostrar para você as seguintes situações para cada rede wifi detectada. Verifique a sua e siga como for descrito:

Quando aparece dessa forma, é indicação que a rede do SSID indicado (no exemplo, MY_WIRELESS) está aberta e portanto basta selecioná-la. Se a rede tiver DHCP e nenhum outro controle de acesso, bastará selecionar com a stylus essa rede e esperar o teste de conexão confirmar a conexão. Esse deve ser o estado da rede no presente momento após esta configuração inicial do roteador.

Quando aparece dessa forma, é indicação que a rede do SSID indicado (no exemplo, MY_WIRELESS) está protegida por WEP (Wired Equivalent Privacy) de 60 bits, que o DS pode acessar. Essa criptografia é muito fraca, mas pode ser melhor que nada se combinada com outros elementos de segurança. De qualquer forma, para acessar essa rede, após cselecionar com a stylus essa rede, você precisará fornecer a WEP Key da mesma. Veremos mais sobre isso adiante.

Quando aparece dessa forma, é indicação que a rede do SSID indicado (no exemplo, MY_WIRELESS) está protegida por formas de criptografia que o DS não consegue trabalhar (normalmente WEP de 124 bits ou WPA). O DS não será capaz de acessar esse tipo de rede, não importa o que aconteça. Nesse caso, a melhor coisa é desativar a criptografia ou a definir para WEP de 60 bits. Veremos mais sobre isso depois.
Se você seguiu o tutorial como está e deixou os padrões de fábrica do roteador, bastará selecionar o seu SSID e o resto será questão de esperar que o roteador ofereça via DHCP um IP. O DS irá testar a conexão e, se tudo ocorrer bem, ele irá apresentar uma mensagem “Test Sucessful”. Caso contrário, consulte a página de ajuda da Nintendo e o manual do roteador.
Tudo OK, basta apertar B para voltar ao jogo (no caso Mario Kart), e selecionar a opção de conexão à WFC. No caso “Nintendo WFC Connect”. Aguarde alguns instantes e você poderá começar a jogar via Internet.

3-) Melhorando a segurança:
OK… Na realidade, já temos conexão via DS à Internet e podemos jogar online via Nintendo WFC. Porém, ainda temos mais coisas a fazer. Se você seguiu tudo como fizemos, nosso roteador Wireless é um hotspot, ou seja, é um ponto de acesso totalmente aberto com o mundo. Isso pode ser perigoso pois podemos ser usados como ponto de acesso à rede para piratas de computador que localizem nossa rede via wardriving/warchalking (para resumir, a prática de localizar e marcar redes de Internet abertas). Vamos então começar a melhorar a segurança na medida do possível.
A primeira coisa que iremos fazer é implementar o WEP de 60bits. Embora esse protocolo a muito tenha sido derrubado e portanto não é considerado mais seguro, combinado com outros elementos pode nos dar uma segurança considerável. Portanto, vamos ativá-las nem que seja para dificultar ao máximo o acesso não-autorizado à rede Wireless.
Abra o gerenciador do roteador e selecione o menu “Sem fios”, opção “Segurança sem Fios”.


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No caso, a segurança é definida nas primeiras duas listas. Na primeira, “modo de Segurança”, escolha WEP. Na segunda, “Encriptação WEP”, escolha “64 Bits 10 dígitos hexadecimais”. Defina uma chave em Frase-passe e clique no botão “Gerar”.
Perceba que logo abaixo existem quatro caixas com os textos “Chave 1” a “Chave 4”. No caso, são justamente essas chaves que você deverá passar para o DS. Anote uma dessas chaves, pois ela será inserida no DS. Clique em “Guardar Alterações”.
Se você tentar usar agora o DS para jogar ou navegar na Internet, você não irá conseguir, pois a rede está com criptografia. Vamos ver como corrigir.
Proceda como anteriormente para entrar na janela de configuração de Wifi do DS mostrada anteriormente. Se você usar Bleach – Blade of Fate, acesse “Versus Mode”, em seguida “Nintendo Wi-Fi Connection” (a opção com o Kon) e em seguida “Setup”. Toque em “Nintendo Wi-Fi Connection Settings”. Sua conexão configurada deve estar em “Ready”. Toque em “Ready” e você cairá em uma janela como a seguinte:

Essa janela é onde você pode ajustar manualmente todas as suas configurações. No caso, para reabilitar nossa conexão, teremos que dar a chave WEP. Para isso, toque em “Edit” na linha “WEP Key”. Aparecerá um teclado para você entrar a chave WEP. Digite a chave WEP que você anotou, gerada pelo roteador e confirme. Em seguida, toque em “Test Connection”. Caso você receba o “Connection Sucessful”, clique em “Save Setting”.
Já temos uma segurança por criptografia, mas como disse o WEP 60 Bits suportado pelo DS é muito fraco. No caso, confiar apenas nessa criptografia é uma tolice, pois ela pode ser obtida facilmente por análises e quebrada rapidamente. No caso, vamos aumentar a segurança restringindo o acesso pelo MAC.
3-) Restringindo via MAC:
O MAC (Media Access Control) é um endereço físico estipulado pelo protocolo de redes Ethernet (protocolo padrão abaixo do IP) que é adicionado por padrão a qualquer placa de rede Ethernet ou compatível (como o WiFi 801.22). Normalmente não é fácil clonar um MAC, uma vez que ele vem gravado diretamente no hardware da placa (ou no caso, do DS), mas existem mecanismos que permitem fazer MAC Spoofing (exige que o hardware cujo MAC será clonado esteja fora do ar). Ainda assim, essa restrição é a melhor forma de impedir o acesso não autorizado ao roteador WiFi, uma vez que o processo de MAC Sppofing não é algo simples de ser feito.
Antes de ativarmos esse modo, devemos pegar o endereço MAC de todos os hardware que irão acessar o rotador sem fio. No caso, falaremos especificamente do DS. Para placa de redes WiFi (como as de notebooks), existem comandos que fornecem esse endereço.
Ligue o DS e vá para o “Nintendo Wi-Fi Connection Setup” conforme seu jogo. Toque em “Options”. Você receberá uma janela como a seguinte:

Escolha a opção “System Information”. Você receberá a janela a seguir:

Perceba que existem dois valores: o de baixo, “Nintendo Wi-Fi Connection ID” , é importante pois ele é usado para “amarrar” os códigos pessoais de uso dos jogos multiplayer (chamados de “Friend Codes”) ao DS em questão. Se você trocar de DS, poderá não ficar mais acessível a aqueles contra quem você já jogou. Para “voltar a ficar disponível”, use a opção “Transfer Nintendo WFC Configuration” do menu anterior. Cuidado ao fazer isso: você poderá, caso haja problemas de carga de bateria, inutilizar seu sistema de rede dos dois DS, pois os DS envolvido estarão trocando seus endereços MAC. Você foi avisado!
Voltando: o valor que nos interessa é o outro, “MAC Address” que é uma seqüência de 6 números hexadecimais. Anote esses valores, mas substituindo os traços (-) por dois-pontos(:), pois essa é a anotação normal do MAC.
Anotado esse valor, podemos voltar à configuração do roteador. Entre no gerenciador, escolha menu “Sem Fios”, opção “Filtro MAC sem fios”. Você chegará a uma tela parecida com a abaixo:


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Primeiro de tudo, escolha a opção “Ativar” em “Filtro MAC sem fios”. Em seguida, vão aparecer as opções “Impedir” e “Permitir Apenas”. Escolha a segunda, pois desejamos que apenas os dispositivos cujo MAC estejam na tabela possam acessar nosso roteador. Clique em “Editar lista de filtros de MAC”. Um popup irá aparecer com uma tela similar à seguinte:


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Veja que você pode listar até 20 dispositivos nessa tabela. Coloque o endereço MAC do DS anotado anteriormente em uma das caixas de texto. Ao terminar, clique em “Guardar Alterações” nessa popup. Lembre de entrar todos os endereços MAC de todos os dispositivos sem fio que vão se conectar a esse roteador. Isso inclui: notebook, desktop com placas ou dongles USB WiFi, Palms, PSPs, Nintendo Wiis, celulares como o iPhone e qualquer outro hardware com suporte na 801.22 e que você deseje que acesse esse roteador. Lembre-se de neles introduzir também a WEP Key definida anteriormente. Clique em “Guardar definições” na tela anterior. Para testar, ligue seu DS e conecte-se normalmente à WFC, como demonstramos anteriormente.
4-) Conclusão:
O Nintendo DS é um console simples, divertido e que permite vários recursos interessantes, como a conexão via WiFi com jogadores de todo o mundo. Mas fazermos isso com segurança temos alguma mão de obra setando o máximo de opções de segurança possível. Porém, quando você jogar sua primeira partida de Mario Kart ou Bleach ou qualquer outro jogo via WFC, você irá perceber que todo esse esforço vale realmente a pena.
Update: Normalmente os ajustes acima funcionam bem para o Nintendo Wii, com algumas alterações:

  • O Canal a ser usado deve ser o 1 ou o 11, conforme recomendação no manual do usuário;
  • Algumas vezes, caso o sistema não conecte-se, pode ser a criptografia WEP. Nesse caso, desative a criptografia WEP. Com a proteção de rede MAC você tem proteção o suficiente contra o uso anormal da rede. Obviamente a criptografia de dados deve ser avaliada;

Offtopic: Manu Chao – Me Llaman Calle

Recentemente vi algumas pessoas postarem letras de músicas e clipes do Manu Chao, de quem gosto muito, como já disse anteriormente. Para fugir um pouco do convencional mas ainda mantendo a beleza, optei pela letra de Me Llaman Calle, do CD “La Radiolina” e da Trilha Sonora do filme “Princesas”, de Fernando León de Aranoa, sobre o mundo da prostituição na Espanha. Apesar da idéia, o lirismo de Chao torna a música muito romântica e bela, com aquele tom romântico espanhol característico.

Letra:

me llaman calle, pisando baldosa
la revoltosa y tan perdida
me llaman calle, calle de noche, calle de día
me llaman calle, hoy tan cansada, hoy tan vacía
como maquinita por la gran ciudad

me llaman calle, me subo a tu coche
me llaman calle de malegría, calle dolida
calle cansada de tanto amar

voy calle abajo, voy calle arriba
no me rebajo ni por la vida
me llaman calle y ése es mi orgullo
yo sé que un día llegará, yo sé que un día vendrá mi suerte
un día me vendrá a buscar, a la salida un hombre bueno
pa toa la vida y sin pagar, mi corazón no es de alquilar

me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar

me llaman calle, calle más calle

me llaman calle, siempre atrevida

me llaman calle, de esquina a esquina
me llaman calle bala perdida, así me disparó la vida
me llaman calle del desengaño, calle fracaso, calle perdida
me llaman calle la sin futuro
me llaman calle la sin salida

me llaman calle, calle más calle
la de mujeres de la vida
suben pa bajo, bajan para arriba
como maquinita por la gran ciudad

me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar
me llaman calle, calle más calle

me llaman siempre, y a cualquier hora
me llaman guapa siempre a deshora

me llaman puta, también princesa
me llaman calle, es mi nobleza
me llaman calle, calle sufrida, calle perdida de tanto amar

me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar

a la puri, a la carmen, carolina, bibiana, nereida, magda, marga,
heidi, marcela, jenny, tatiana, rudy, mónica, maría, maría

me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar
me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar
me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar
me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar

Clipe:

No filme

Making of

me.age++

Apesar de estar um pouco atrasado, esse é um post para dizer que cheguei aos 30 anos. Sim, sou um rapaz 3.0 agora! 😛
Sem muito mais o que adicionar ou falar, mando duas fotos minhas em na Star Wars Expo Brasil. Afinal de contas, Star Wars também tem a minha idade.

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Meme: 5 livros para ler e 1 para esquecer (versão turbinada)

Via Terramel, descobri essa meme do Blog do Lucho, e resolvi participar.

O problema é que eu sou um Leitor voraz (sou do tipo que me sinto pelado se saio de casa sem um livro). Portanto, decidi dar uma “turbinada” e colocar vários livros para ler e um para esquecer, e várias séries de livros para ler e uma para esquecer.
Bem, começando com os livros. Para ler, indico:

  • Shibumi (Trevanian): Também da lista do Terramel, esse livro conta a história de Nicholai Hel, o mais hábil assassino do mundo, e de como ele tem que lutar para ter o direito de viver em paz quando decide abandonar essa vida. Um guerreiro, um místico, forjado na sabedoria do Go e dotado da arte Nu/Matar e na exploração de cavernas, ele fará de tudo para proteger a paz pessoal que tanto deseja;
  • A Profecia Celestina (James Redfield): Alguns acham que esse livro é apenas mais um antecessor de “O Segredo”, mas na realidade é um livro bastante interessante. Por trás da ficção dos Manuscritos, você acaba aprendendo como funciona a mente das pessoas e como tornar-se uno com o que interessa;
  • Meijin ou The Master of Go (Yasunari Kawabata): A história da última partida de Go do grande Mestre Honinbo Shusai, contra Minoru Kitani, “romanceada” de maneira a, ao mesmo tempo em que se preserva o fato histórico, se tem um romance que mostra o fim de uma era no Japão e o início de outra, e todos os impactos desse evento;
  • O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupére): é um clássico, eu sei, e muitos criticam ele com a famosa “é livro de Miss Universo”. Mas é um livro que fala sobre aquelas coisas puras da infância e que realmente fazem a diferença, sobre amizade, carinho, inocência e por aí afora;
  • Hackers and Painters (Paul Graham): para quem quer entender mais sobre a revolução da Internet e como, de uma hora para a hora, ser nerd tornou-se chique, Paul Graham ajuda a desvendar isso nesse livro. Uma série de artigos do mesmo, ele mostra que hackers (legítimos, não invasores de sistemas) não fazem coisas para “fazer bonito” ou “ser descolado”, mas sim porque acreditam que elas são boas;
  • Stardust (Neil Gaiman): Um pouco confuso, mas Stardust é um exemplo de fantasia coerente e bem amarrada. É a história de Tristan Thorn, que vive em um vilarejo próximo a um portal para Faerie, o reino das fadas. Ao ver uma Estrela Cadente, Tristan promete levá-la à mulher que amava (e que apenas zombava dele). Quando ele entra em Faerie, porém, cada vez mais ele vai se perguntando sobre os sentimentos dela por ele e vice versa;

E fuja de:

  • Código Da Vinci (Dan Brown): Esse livro é o caso típico de livro que é bom até o último capítulo, onde “a maionese desanda”. Simplesmente dispensável, não vale a penas nem comentar direito;

Quanto a séries de livros, leia:

  • Duna (Frank Herbert): É incrível a coerência da série Duna – os livros são bem estruturados, bem amarrados e a trama é bem-elaborada. Os personagens não são preto-no-branco e têm motivações complexas. Apesar de ser “Ficção Científica”, é impressionante como existe a preocupação com a política, ecologia e história do cenário. É a saga de Paul Atreides, o Moad’dib, o resultado de séculos de programas de reprodução das Bene Gesserit, conspiradoras e “bruxas” com habilidades sobre-humanas desenvolvidas pelo treinamento e pela genética. Uma série, acima de tudo, sobre o que é ser humano;
  • Fundação (Isaac Asimov): Como quase tudo que o “Bom Professor” escreveu, Fundação é uma ótima série sobre as conseqüências da tecnologia na vida humana e sobre as opções que fazemos. A sutileza das opiniões sociais de Asimov ficam dançando diante de sua vista;
  • Mochileiro das Galáxias (Douglas Adams): qualquer mingo (amigo) sancha (conhece) essa série desse cara dupal (animal) chamado Douglas Adams. Metido em enrascadas espaciais desde que consegue escapar da demolição da Terra para dar lugar a uma via hiper-espacial, o inglês Arthuur Dent vive aventuras e desventuras extremamente bizarras na companhia de Trilian, a outra sobrevivente da demolição da Terra, dos alienígenas Ford Prefect e Zaphod Beeblebrox e de Marvin, o Andróide Paranóide. Douglas Adams sem favor nenhum chuta o balde da ficção científica e tira sarro de tudo e de todos envolvidos com a mesma. Ótima leitura para descontrair, mas com algumas verdades nos esperando lá no fundo;
  • Discworld (Terry Pratchett): Discworld está para a Fantasia Medieval como Mochileiro das Galáxias está para a Ficção Científica. O mundo de Discworld não é o típico mundo de Fantasia Medieval, a começar por ser um Disco apoiado nas costas de quatro elefantes que estão apoiados nas costas de um astroquelônio (uma tartaruga de tamanho astronômico, para traduzir para o português). Nesse mundo bizarro, conhecemos vários personagens inusitados, como Cohen o Bárbaro, a Vovó Cera-do-Tempo (a Bruxa mais Cara-de-Maçã que você pode imaginar) e Rincewind, um mago atrapalhado. As aventuras desses personagens são regadas com humor, até mesmo nas terríveis situações quando O Morte (não, você não leu errado: em Discworld, Morte é homem, e não uma mulher) chega para levar-lhe embora. Chute no balde completo com os estereótipos da Fantasia Medieval (como uma Bruxa hiper-ativa que tem dentes perfeitos, o que não a torna respeitável como bruxa);

e fuja de:

  • Desventuras em Série (Lemony Snicket): sinceramente, uma série pode ter muitos episódios onde os heróis se ferram, mas Lemony Snicket parece ter se superado, pois nessa série os heróis se ferram o tempo todo. Simplesmente dispensável;
  • Artemis Fowl (Éoin Coiler): um caso clássico de idéia boa que flopa (dá errado), Artemis Fowl é a história do garoto de mesmo nome que é treinado para tornar-se o maior ladrão do mundo. Porém, com o tempo ele começa a se envolver com criaturas mágicas que vivem abaixo da terra, como Centauros e Duendes. A idéia é boa, e a mistura de magia e tecnologia das criaturas mágicas é muito divertida, mas existe algo nele que não amarra legal e acaba fazendo a leitura ser desagradável;
  • Fronteiras do Universo (Phillip Pullman): Começando em A Bússola de Ouro, passando por A Faca Sutil e terminando em A Luneta Âmbar, essa série conta a história de Lyra, uma garota de uma Terra de uma outra dimensão, onde as pessoas possuem companheiros “animais” chamados de daemons que as ajudam quando as coisas estão ruins. Porém, ela se envolve em uma trama que coloca em risco todo o Universo e percebe-se que ela é a chave para o destino de todas as dimensões. Uma crítica ao fundamentalismo cristão, acaba pecando pelos personagens que são mal fundamentados quanto às suas intenções, ao ponto de você chegar e não saber quem é herói e quem é vilão, sem falar no final trash. De qualquer modo, não vale a pena, pois, assim como Artemis Fowl, ele é uma boa idéia que acabou dando errado;

Pegando carona na Meme: 10 comandos mais usados

Via Christiano Anderson:

No serviço, usando Fedora Core 6:

[login@estacao .]$ history|awk ‘{a[$2]++ } END{for(i in a){print a[i] ” ” i}}’ |sort -rn|head
69 cp
61 java
50 ls
46 cd
28 df
27 sed
25 cat
23 ~/teste.php
23 tar
21 rm

Em casa, usando Debian Lenny:

fecosta@hufflepuff:~$ history|awk ‘{a[$2]++ } END{for(i in a){print a[i] ” ” i}}’ |sort -rn|head
81 cd
56 cp
44 su
38 df
36 ls
28 rm
26 dmesg
24 chmod
19 du
14 for

Em casa, usando Debian Lenny, como superusuário:

hufflepuff:~# history|awk ‘{a[$2]++ } END{for(i in a){print a[i] ” ” i}}’ |sort -rn|head
14 apt-get
9 exit
9 cd
7 dpkg
5 tar
4 gpg
4 df
3 /etc/init.d/tor
2 lsof
2 ls

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Rápidas: Embalagem de CD em Origami

Acabei de perceber a utilidade de uma coisa que vinha fazendo mas depois parei, que é embalagens de CD em Origami. Elas ajudam pra caramba, principalmente se você não tem um plástico protetor ou uma caixinha de CD à disposição. E o pior: não é muito complexo de ser feito. Embora tenha uma ou duas partes que são mais complexas, não é muito difícil, e mesmo pessoas com baixa coordenação motora (como EU) conseguem uma embalagem de CD razoável com uma certa facilidade. Além disso, você pode reaproveitar folhas que estejam sobrando em sua casa ou escritório para fazer isso.
Para maiores instruções (em inglês, com fotos), veja nesse site e nesse outro site.

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Mais mancadas da Justiça Brasileira na Net: WordPress.com pode ser bloqueado a qualquer momento!!!

Pois é… A “justiça” brasileira se superou de vez: para bloquear um blog que deveria ser proibido por decisão judicial,  a ABRANET (Associação Brasileira de Provedores de Internet) decidiu aconselhar os seus associados a bloquear TODOS os blogs do WordPress.com (inclusive esse).
G1 > Tecnologia – NOTÍCIAS – Acesso a blogs do WordPress no Brasil pode ser bloqueado

“Ordem judicial não se discute, se cumpre. Mas, como não é possível bloquear especificamente o endereço solicitado, o acesso a todos os sites com a extensão wordpress.com será impedido no Brasil”, explicou ao G1 Eduardo Parajo, presidente da associação. (Grifo meu)

Isso não é verdade: o bloqueio de URLs específicas via proxy ou firewall de aplicação (camada 7) é algo não apenas possível, mas algo que é prática comum em empresas e ONGs, além de ser uma prática não apenas possível, mas aconselhável para parental control, ou seja, controle de conteúdos pornográficos e similares pelos pais.
Além disso, o uso desse tipo de mecanismo (seja por meio de IP Blocking ou URL Blocking), independente do motivo ou modo, é suscetível a proxing, seja por meio de cache proxing (como o Google) ou por proxy de roteamento (como a rede TOR). Foi a mesma coisa do Cicagate, onde, no fim das contas, a decisão judicial foi contornada.
O grande dilema é: porque o bloqueio a todos os blogs da WordPress.com? Não estamos falando apenas do blog em questão ou dos blogs brasileiros, mas sim a todos os blogs, SEM EXCEÇÃO. O que os legisladores precisam aprender é que o computador não conhece meio-termo: ou é ou não é. Ao bloquear a URL wordpress.com ou o IP do WordPress, você bloqueia TUDO, desde blogs miguxos até coisas realmente importantes.
Por isso mesmo, eu digo NÃO a essa aberração jurídica, mais uma em uma série de desastres jurídicos que o Brasil vem cometendo na Internet, por desconhecimento ou malícia. Pelos blogueiros honestos, que nada têm a ver com os problemas de um único, eu sou contra o bloqueio.

NÃO AO BLOQUEIO DO WORDPRESS.COM! A FAVOR DA LIBERDADE!

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Mudando de Assunto: Mais animes que andei assistindo

Para quebrar a rotina, vou falar agora de mais alguns animes que andei assistindo recentemente.

O anime Grandes Detetives de Agatha Christie: Poirot e Miss Marple (Agasa Kurisutī no Meitantei Powaro to Māpuru) é um anime bastante interessante, principalmente para os fãs de Agatha Christie. Na realidade, ele é uma versão para Anime de vários casos clássicos dos dois detetives de Agatha Christie, Hercule Poirot e Miss Marple. Na verdade, existe apenas uma inclusão, a da jovem Mabel (ou Maybelle) West, filha de Raymond West, por sua vez, sobrinho de Miss Marple, que faz a ponte entre os dois personagens, apesar de em momento algum Poirot e Marple agirem em conjunto.
Tudo começa com Maybelle participando de uma festa onde também estão presente Poirot e seu assistente, Hastings. No meio da festa também conhecimeos Oliver o pato de estimação (?!) de Maybelle. Um colar valioso desaparece e, em meio a acusações injustas, Maybelle ajuda (ainda que pouco) Poirot e Hastings a resolverem o caso. Os casos vão se sucedendo, com Maybelle ajudando Poirot em vários casos, assim que ela é aceita como ajudante do mesmo. Quando não está ajudando Poirot, Maybelle passa alguns dias em St. Mary Mead, onde ajuda sua tia-avó, Jane Marple, a resolver outros mistérios.
Os puristas de Agatha Christie podem achar que tudo isso não passou de uma desculpa para fazerem um anime shoujo fofinho com uma garotinha e um pato de estimação ao estilo dos antigos clássicos como Honey Honey. Mas a realidade é que o desenho tem muito do mistério de Agatha Christie, ainda mais em episódios longos, como os “Assassinatos ABC” e o “Expresso Plymouth”. Nesses episódios é possível ver que foi pego a tensão e mistério de Agatha Christie e traduzí-las para o Anime, sem exageros ou “viagens”. Ele é sério nesse quesito e não tem estilizações gráficas ou visuais que distorçam o clima de mistério. Além disso, a presença de Maybelle é limitada, ainda que ela (e Oliver) seja muito carismática e acabe ganhando um certo foco naturalmente, mas sem atrapalhar o objetivo de ser uma adaptação de Agatha Christie para Anime. O cuidado com as artes é primoroso. Realmente recomendado.

Na verdade, de certa forma não tem muito o que se falar de Azumanga Daioh. Quem não gosta pode simplesmente alegar que o anime é apenas um shoujo fofinho cujo objetivo é colocar um monte de garotas e seus problemas. Quem gosta não nega isso. Mas se posso utilizar uma definição simples para Azumanga Daioh é “Sakura Card Captors encontra Calvin e Haroldo“.
Azumanga Daioh é um conjunto de histórias sobre seis amigas de um colégio em Tóquio. A história começa com a chegada de Chiyo Mihama (Chiyo-chan), uma garota prodígio de 10 anos que, graças à sua inteligência, é mandada para o colegial, com garotas muito mais velhas que ela. Com o tempo vamos conhecendo as demais garotas: A super-competitiva Tomo; a tímida (e ocasionalmente assustadora) Sakaki; a dedicada Yomi; a sonhadora e dispersa Osaka e a atlética Kagura. Além delas, existem vários outros personagens envolvidos, como as professoras Yukari e Kurosawa (amigas e rivais, de certa forma).
As histórias não possuem nenhum tipo de cronologia ou ligação, mesmo dentro de um mesmo episódio. Na realidade, podemos pensar em Azumanga Daioh como uma “serialização” de tirinhas de jornal, o que corresponde à verdade: no Japão, Azumanga Daioh passava em spots curtos de cinco minutos, com um episódio de 25 minutos no final da semana. Com isso, foram totalizados 130 spots ou 26 episódios. E isso é interessante pois cada episódio é na realidade apenas um conjunto de spots, que por sua vez, embora possam ser ocasionalmente ligados entre si, não o são obrigatoriamente, podendo ser entendidos isoladamente. As gags visuais aproveitam muito as características das personagens, como a idéia dos “sonhos diurnos” de Osaka (com Chiyo voando usando suas maria-chiquinhas!) e o fato de Sakaki ser desajeitada com gatos (o que leva o gato da vizinhança a morder sua mão!!!).
É muito recomendado, principalmente por ser despretencioso e simples: apenas um anime para se divertir.

Se Azumanga Daioh é onde “Sakura Card Captors encontra Calvin e Haroldo“, podemos dizer que Lucky Star é onde “Sakura Card Captors encontra Genshiken“. A premissa básica de Lucky Star pode ser comparada com a de Azumanga Daioh: um grupo de garotas do colegial vivendo situações inusitadas. A grande diferença é que enquanto Azumanga Daioh é tem um estilo mais simples e inocente, Lucky Star é mais debochado e aloprado. A história gira em torno de Konota Izumi, uma otaku (no sentido japonês da palavra) que, embora inteligente, não consegue se concentrar em nada exceto mangás, animes e videogames. Suas amigas, as gêmeas Kagami e Tsukasa Hiiragi e Miyuki Takara seguem passando por situações insólitas com Konota.
O grande humor da série está em dois fatos consolidados por Azumanga Daioh e um que de certa forma é a base de vários anime, incluindo aí Genshiken: a simplicidade das histórias, a pouca relação entre os vários episódios do Anime (e mesmo das histórias dentro de um mesmo episódio) e a grande quantidade de referências à cultura de mangá/games/anime. Exemplos: Konota é vista várias vezes com um Nintendo DS nas mãos, a ponto de afirmar em certo episódio que não consegue dormir se não o ligar ao menos uma vez; em um certo episódio, a tia de Konota, policial de trânsito, está levando as gêmeas Hiiragi para a praia, até ser ultrapassada, o que dispara uma cena de racha de carro ao estilo Initial D; Konota trabalha em um cosplay café junto com Patricia Martin, uma otaku norte-americana que vai ao Japão por intercâmbio e cujo conhecimento da cultura japonesa se resume ao que se vê em anime, e assim por diante.
As referências a Animes, obviamente, são cortadas de alguma forma, como nomes de anime cujo som é podado (piiii) e imagens com quadriculação, mas é possível perceber as variadas citações a animes como Gundam e Dragon Ball Z e a bandas como Orange Road e L’Arc-en-ciel. Desse modo, o otaku pode se divertir pescando as diversas referências, que inclui até mesmo referências à série 24 horas.
Simplesmente um anime do tipo “desligue o cérebro”, Lucky Star é bom como diversão simples, sem pretenções.

Depois de séries fofinhas, é hora de falarmos de séries mais “sérias”. E começamos com Gunslinger Girls. A história toda lembra um pouco Evangelion e Lain: na Itália moderna, uma organização “secreta” (a Agência de Bem Estar Social), hospeda um braço militar especializado em contra-terrorismo, sendo sua divisão contra-terrorista a mais terrível: utilizando tecnologia cibernética, lavagem cerebral e treinamento intensivo, essa organização transforma meninas à beira da morte em assassinas mortais e extremamente leais. Unidas a um monitor (um agente que monitora, treina e comanda essas garotas) em um fratello, elas são mandads em missões de alto risco. Graças aos implantes e ao treinamento altamente intensivo, seus reflexos e habilidades são terríveis para qualquer um, sendo que normalmente seus alvos não sobrevivem (se a missão assim não determinar). O monitor é o único capaz de controlar essas garotas. Aos poucos, a série vai mostrando os problemas desse condicionamento: o corpo, não adaptado a suportar tanto o stress dos cibernéticos quanto as pressões do “condicionamento” (como a lavagem cerebral é chamada), as garotas podem perecer rapidamente. Além disso, o aumento no “condicionamento”, além de poder provocar a diminuição do tempo de vida das garotas, diminui sua capacidade de ação, ainda que aumente a lealdade ao monitor.
Aos poucos, a série vai mostrando as questões relacionadas ao uso de “armas humanas” (o que as garotas de certa forma são), e como os relacionamentos podem ser afetados dessa forma, principalmente com a formação (ou não) de amizades e afins. As crenças de cada um vão sendo colocadas a prova, além de noções de certo ou errado. Nesse ponto, é inevitável comparar Gunslinger Girls com Evangelion ou Lain, e embora os questionamento filosóficos não sejam tão profundos quanto nesses dois, eles estão lá, são presente e fazem parte da trama.
A série tem um trabalho requintado de reprodução dos cenários e uma preocupação com as cenas de ação. Além disso, o pano de fundo sobre os questionamentos filosóficos ajuda a pensar muito na frase “quem guardará os guardiões”. O que impede tais garotas pirarem? Será que o condicionamento excessivo, fazendo-as depender totalmente dos monitores, não pode ser perigoso? E será que é justo transformar tais garotas em soldados em uma guerra de adultos? A inocência da criança, o que vale? Aos poucos, quem assiste vai se questionando sobre tudo isso. Por isso que Gunslinger Girls aparece aqui e é recomendado.

Na última vez em que recomendei animes, listei Hikaru no Go entre os animes. Como falei de um anime de Go, falarei agora de um de Shougi, o Xadrez japonês, que é Shion no Ou. Mas diferentemente de Hikaru no Go, Shion no Ou é sobre mistério.
A história gira em torno de Shion, uma kishi (jogadora profissional de Shougi) cujos pais foram assassinados quando ela ainda era um bebê. Ela começa a trilhar seu caminho no Shougi, enquanto as investigações do assassinato de seus pais são reabertas após ser descoberto que ela estava sendo vítima de stalking (ou seja, alguém estava a seguindo). Conforme a trama vai se desenrolando, percebemos que muito sobre o assassinato tem a ver com a habilidade de Shion em Shougi, assim como seu trauma (ela não fala nada, se comunicando por escrita com as outras pessoas, embora ela não seja nem surda e nem muda biologicamente). Existem ainda várias tramas paralelas, como a de Ayumi, um garoto que joga shougi vestido de mulher de modo a garantir dinheiro para pagar as despesas médicas de sua mãe doente.
Esse anime tem como grande diferença em relação a Hikaru no Go o fato que o Shougi ser apenas um MacGuffin: não é necessário saber jogar shougi para entender a trama, embora fique complexo com o tempo. De qualquer modo, é um anime bastante novo e interessante. Sua trama de mistério é cheio de idas e vindas, e qualquer um pode ser o assassino dos pais de Shion. Os mistérios vão se resolvendo aos poucos, mas o pouco que descobre-se vai apenas deixando tudo ainda mais confuso… Por isso mesmo é altamente recomendável.

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Cuidado ao nomear um Post

É engraçado as coisas que acontecem quando se toma certas decisões ao postar-se em um blog.
Eu escrevi recentemente no meu blog um post sobre algumas iniciativas que não achei interessantes, principalmente por tentarem enganar o usuário usando táticas similares às de Cybersquatting e a de redirecionamento de domínio. Como essas táticas são similares às usadas por sites pornográficos, acabei dando um título que deixava a entender isso: “O que a Microsoft e sites pornô têm em comum?“. Mas o mais engraçado foi quando eu comecei a acompanhar os resultados de acessos ao meu blog e me deparei com isso:


Resultados tirados no dia 07/04/2008

Ou seja, vários dias o site teve como principal post esse, que não era nem exatamente um post com muito conteúdo, mas mais um desabafo do que eu considerava ser um jogo injusto.
A descoberta maior (e mais bizarra) foi quando decidi investigar principalmente a opção do WordPress “Motores de Pesquisa”. Ela permite você ver como é que as pessoas foram parar em seu blog ao usarem motores de pesquisa como o Google, dizendo que termos de busca foram usados para chegar até seu blog. Veja que impressionante:


Resultados tirados no dia 07/04/2008

Ou seja, no final das contas parece que o meu blog tornou-se um blog de sacanagem. 😛

Achei muito engraçado isso, mas a coisa fica ainda mais divertida. O post sobre o qual estou comentando foi feito dia 27 de março (ou seja, a pouco mais de uma semana). Pedi para o WordPress me retornar quais foram os posts mais lidos na última semana e o resultado foi interessante.


Resultados tirados no dia 07/04/2008

Aqui é que reparamos a coisa: nessa semana, esse post recebeu mais de o dobro de acessos de alguns posts mais importantes, apenas por causa da palavra pornô incluído nele. Será que o pessoal não lê os resultados do Google não?
Isso é apenas um desabafo sobre como as coisas podem ser estranhas quando você utiliza os termos errados nos títulos de seus posts.

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Manu Chao – La Radiolina

portada-radiolinaPausa no Linux para falar um pouco sobre música.

Depois de um hiato de 6 anos, quebrado pelo albúm Sibérie m’était contéee e pelo Ao Vivo Radio Bemba Sound System, Manu Chao (nome artístico de José-Manuel Thomas Arthur Chao) lança um novo álbum, “La Radiolina“.
Esqueça o que a dita crítica musical está falando: La Radiolina é uma ótima adição para sua discoteca ou coleção de MP3 se você curte uma boa World Music. Chao continua mandando bem na mistura cáustica de rock e ritmos caribenhos. A crítica social do Basco-Galego-Francês é tão forte como no seu primeiro álbum solo, Clandestino, para calar a boca de quem achava que ele estava amaciando com seu álbum anterior, Próxima Estacíon… Esperanza, chegando ao seu ápice na música Politik Kills (“That’s what my friend. It’s a evidence: politik needs violence”). Mas o som rock/ska/qualquer coisa também continua lá, sendo prova disso músicas como “Me llaman Calle” e “Rainin’ In Paradise”. Alguns podem achar meio estranho que as músicas em um estilo como de “Trapped By Love” parecem meio sumidas, mas em parte isso é bom: La Radiolina é muito mais de questionamento que de festa.
Os destaques, na minha opinião:

  • Rainin’ In Paradise: Ela é estranha para quem não tá acostumada com Chao – parece divertida e tudo o mais, mas tem uma crítica social bem forte. (in Palestinia/ too much hypocrisy / this world go crazy / it’s no fatality) Para ser ouvida e digerida com calma;
  • Poltik Kills: A crítica virulenta. Sem sombra de dúvidas, talvez, entre todas as músicas do Chao, desde a época da Mano Negra até hoje, a mais virulenta de todas as suas letras, com uma crítica profunda escrita em poucas palavras, sem meias palavras;
  • Me llaman calle: a sonoridade boa e tranqüila dessa música também mostra que o Manu tem seu lirismo;
  • Panik Panik: nonsense, é o que se pode dizer sobre essa música. Divertida, agitada e muito boa de se escutar.

Como aperitivo, o vídeo-clipe de Rainin’ In Paradise:

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