Convertendo vídeos do Decodificador de TV Digital/PVR LB-SAT LBDTV10T para AVI no Linux

Com o surgimento da TV Digital no Brasil, no seu padrão ISDB-Tb (ou ISDB-International), vários conversores estão sendo vendidos a preços interessantes com a mais diversa gama de recursos. Um muito popular é o recurso de PVR (Personal Video Recorder – Gravador Pessoal de Vídeo), onde o aparelho grava em um disco rígido externo ou pendrive à programação de TV, como era o caso nos antigos videocassetes. No caso, iremos falar do decodificador LBDTV10T, da empresa LBSat. Esse é um produto a um preço razoável e que pode ser encontrado em boas casas especializadas em equipamento de TV (no caso, comprei em uma loja da Rua Vitória, uma das travessas da Santa Efigênia), e possui as seguintes características.

Características:

  • HDTV e SDTV
  • Instalação automática de canais
  • Menu na tela (OSD) – facilita a configuração do aparelho.
  • Saída HDMI para imagens em alta definição e áudio digital
  • Saídas S-Video, Vídeo Componente, vídeo e áudio estéreo
  • Saída de áudio digital óptica e SPDIF
  • EPG (Guia de Programação Eletrônica) Permite visualizar informações sobre os programas da TV. (Este recurso depende da transmissão pela emissora)
  • Programação de canais favoritos
  • Sintonia automática UHF para TV Digital – Canais 7 ao 69
  • Controle Remoto multifunção
  • Ajustes de Áudio / Vídeo / Volume
  • Seleção automática de voltagem – entre 100 e 240 Vac
  • Idiomas do menu: Português

Observações:
Antes de comprar o conversor, certifique-se de que a sua região já recebe as transmissões da TV Digital. Para captar o sinal digital corretamente é necessária a utilização de uma antena UHF, interna ou externa. A captação é restrita aos sinais da TV aberta, não incluindo, portanto, os sinais de TV por assinatura.
Especificações:

  • Resolução de vídeo : 1080i / 720p / 576i
  • Conexão USB para : MP-3, MP-4, Fotos. Através dela é possível reproduzir arquivos de músicas em MP-3, de vídeo MPEG-2, MPEG-4, e exibir arquivos de fotos JPEG.
  • Formatos de Tela : 16:9 e 4:3

É ótimo poder gravar vídeos em um HD externo, ainda mais se pensarmos que esses arquivos são acessíveis pelo computador como arquivos normais de vídeo. O problema é que a maior parte dos decodificadores (esse incluído) gravam o stream DTV recebido da antena diretamente (como se usasse um tee entre a saídea de vídeo e um arquivo no HD externo), o que envolve formatos proprietátios estranhos e convenções um pouco complexas. Mas com a ajuda do Google e do pessoal do Clube do LBDTV10T no HT-Fórum. Ainda não foi possível automatizar o processo devido a alguns problemas com o arquivo do decodificador, em especial na parte de áudio, mas tentarei fazer o melhor possível para expĺicar detalhadamente o processso de modo que você possa converter adequadamente os seus vídeos para usá-los no computador.
Esse tutorial foi elaborado em um Intel Core 2 Duo 2GHz, 3GB de RAM, 320 GB de disco, Ubuntu Linux Karmic Koala (9.10), com o repositório Medibuntu original e todos os pacotes de vídeos e áudio, incluindo os non-free e restricted. Você precisará ter instalado mencoder, mplayer, VLC e ffmpeg. Uma vez dito isso, vamos começar o processo.

1-) Encontrando o vídeo no disco e preparando-o para codificação

A primeira parte é encontrar e prepara o vídeo. Nesse caso, existe apenas uma sugestão: limpe o disco pelo decodificador (MENU -> Meu de Função -> Função PVR -> Formatar HDD). Caso contrário, você terá que descobrir o arquivo em meio aos diversos vídeos gravados e o modo como os vídeos são nomeados internamente pelo decodificador não ajuda. Os arquivos ficam gravados em uma pasta dentro do HD chamada PVR, em diretórios com o nome PVRXXXXX, (onde X são números hexadecimais), Dentro dessas pastas, existem pastas ~DATA/, onde vários arquivos DATAXX.trp (onde X são números normais). Esses arquivos são as várias partes do vídeo gravadas pelo decodificador. Isso ocorre pois, como ele formata os discos em FAT32 para maior eficiência, o tamanho máximo do arquivo é de 2 GB. Quando esse valor é superado, o decodificador cria um novo arquivo. Nesse caso, iremos fundir os arquivos com o seguinte comando em um terminal, dentro da pasta ~DATA/ do vídeo: cat DATA00.trp DATA01.trp DATA02.trp ... DATAXX.trp > convert.trp. Caso o vídeo tenha menos partes, basta usar menos arquivos. É só lembrar de listar todos os arquivos DATAXX.trp nesse comando. PS: não faça isso no disco do PVR! Copie os arquivos para uma partição Ext3/ext4/NTFS ou outro formato de arquivos mais avançado, caso contrário continuará com a limitação do tamanho de arquivo e não funcionará. Um comando alternativo seria cat DATA*.trp > convert.trp, mas não existe como garantir a seqüência dos arquivos.
Trabalharemos no caso com esse arquivo convert.trp. Ele é um arquivo em um formato chamado Transport Stream (TS), um encapsulamento do MPEG-2 para a transmissão contínua de arquivos, E conterá vídeo e áudio. Esse tutorial não irá aprofundar nos mecanismos de extração de áudio, uma vez que o TS permite vários canais de áudio e isso é usado em especial em vídeos (onde você pode colocar um canal de áudio em porutugês e um no idioma nativo do programa). No caso, nos restringiremos ao uso mais simples possível desse tutorial.

2-) Demultiplexação do vídeo original:

Um problema com o sistema de TV Digital Brasileiro é que ele utiliza na camada de áudio o formato HE-AAC, que não é muito bem suportado tanto por FFMpeg quanto por MPlayer/mencoder, os principais mecanismos de codificaçaão/decodificação/reprodução de vídeos e áudios em Linux. Porém, ele funciona muito bem no VLC e isso permite que utilizemos tal player para codificar o áudio.
A primeira parte então é demultiplexar o vídeo original, ou seja, separar as partes de vídeo e áudo do TS para que possamos trabalhar calma e corretamente com cada arquivo sem maiores problemas. No final desse processso, teremos um arquivo .mp4 (MPEG-4 AVC H264) e um outro arquivo de áudio .aac (MPEG-4 HE-AAC). Para esse processo, utilizaremos o Mplayer. Abra um terminal e, dentro da pasta ~DATA/ do vídeo desejado, use os seguintes comandos:

mencoder convert.trp -o convertVideo.mp4 -demuxer lavf -nosound -ovc copy
mplayer -dumpaudio -dumpfile convertAudio.aac convert.trp

Nesse momento, podemos reproduzir o vídeo no sistema para (1) testar se a demulplexação foi bem-sucedida e (2) verificar se o arquivo é o desejado. Para isso, digite mplayer convertVideo.mp4 e veja se está OK. Tudo OK, vamos para começar a trabalhar os arquivos.

3-) Codificação do áudio:

Um problema de fazer o processo de demultiplexação dos arquivos é que precisaremos optar por formatos de vídeo e aúdio individuais dos formatos de vídeo desejados, sem podermos recorrer a templates e outros esquemas que associem o vídeo e áudio a um formato. No caso, utilizaremos o AVI com vídeo XviD e áudio MP3. Nesse processo, iremos codificar cada parte separadamente e depois iremos multiplexar os arquivos no arquivo final, juntando ambos os arquivos de vídeo e áudio em uma saída final.
No caso, vamos focar primeiro na codificação do áudio, que iremos fazer usando o VLC. Esse passo justamente é o que impede criar-se um script para automatizar a codificação do arquivo, uma vez que VLC é um programa em iterface gráfica. Então, vamos ao passo a passo:

  1. Abra o VLC e vá no menu Mídia e escolha a opção Converter/Salvar;
  2. Na Aba Arquivo, clique em Adicionar. Na caixa de diálogo de arquivos, vá até a pasta PVRXXXXX/~DATA do vídeo desejado e escolha o arquivo convertAudio.aac desse ~DATA;
  3. Clique em Converter/Salvar. Na janela que abrir, na seção Configurações, escolha o perfil “Áudio – MP3“;
  4. Copie o conteúdo de Fonte (onde deverá ter o caminho completo para o arquivo de origem convertAudio.aac) para Destino e modifique a extensão para .mp3, de modo que fique convertAudio.mp3;
  5. Clique em “Iniciar“. Se quiser verificar as configurações, clique no ícone de chave de fenda, que irá apresentar as informações de codificação de áudio;

Agora, aguarde o arquivo ser codificado pelo VLC. Se preferir, teste o arquivo de saída com mpg123 convertAudio.mp3. Tudo estando OK, é hora de codificar o vídeo e encerrar o serviço.

4-) Codificar o vídeo e obter o arquivo final:

Agora codificado o áudio de saída em MP3, é hora de codificar o vídeo para XviD. No caso, também usaremos o mencoder para codificar o arquivo de saída de vídeo. Para isso, use o seguinte comando em um terminal na pasta PVRXXXXX/~DATA do vídeo desejado:

mencoder -o convertVideo.avi -ovc lavc -lavcopts vcodec=mpeg4:vhq:vbitrate=5000 -vf scale -zoom -xy 720 convertVideo.mp4

No caso, setei algumas poucas opções, entre elas -vf scale -zoom -xy 720, que permite codificar corretamente o vídeo para 720p. Se você preferir outras opções, dê uma pesquisada na Internet que configurações possam ser ajustadas para melhor resultado. O único objetivo aqui é obter uma saída de qualidade razoável. Atenção: esse comando foi baseado em sugestões para ripping de DVD obtidas em sites na Internet. Não sou um especialista em codificação de vídeos e não saberia informar a melhor combinação de parâmetros.
Se desejar, teste o vídeo no Mplayer como fizemos anteriormente. Uma vez tudo OK, você pode multiplexar (juntar) os arquivos de vídeo e áudio em um arquivo de saída com os comandos abaixo:

ffmpeg -i convertVideo.avi -i convertAudio.mp3 -acodec copy -vcodec copy convertFinal.avi
ou
mencoder -oac copy -ovc copy -o convertFinal.avi -audiofile convertAudio.mp3 convertVideo.avi

O resultado é o arquivo AVI com o nome convertFinal.avi. Esse arquivo é o resultado final, que poderá ser usado em outros formatos e gerar DVD e afins. Não vou entrar nesses méritos, mas muita documantação pode ser encontrada na Internet. Também não foi testado se a saída possui ou não perda de sincronismo entre o áudio e o vídeo. Aparentemente isso pode acontecer ocasionalmente e infelizmente não existe uma solução simples nesse caso. O que pode-se sugerir caso isso ocorra é ajustar-se o arquivo de áudio MP3, removendo alguns milisegundos de seu início e depois multiplexar novamente o vídeo.
Espero que esse tutorial tenha sido útil e que você possa obter o melhor de seu decodificador de TV Digital.

Nintendo DS em Wifi com o roteador Linksys WRT54G

Não sei se já comentei antes, mas sou o feliz dono de um Nintendo DS. Comprei ele pois queria um videogame simples e divertido, com jogos interessantes. Quando um colega me apresentou o Nintendo DS, com jogos como Trauma Center, Ouendan!, Mario Kart e Mario Party, foi paixão à primeira vista, principalmente pelos jogos que usam a stylus (operar o cara virtualmente no Trauma Center é o máximo).

Um dos recursos mais interessantes do DS é que ele pode usar o sistema de WiFi que possui para jogos multiplayer inclusive para jogar via Internet, bastando que você tenha um roteador WiFi 801.22 tradicional. No meu caso, possuo um Linksys WRT52G. No caso, vou falar sobre como configurá-lo para usar com o DS com uma boa segurança (na medida do possível).
É bom começarmos esclarecendo um fato: o DS infelizmente não aceita seguranças baseadas em WPA ou em WEP acima de 60 bits. No caso, a melhr coisa a se fazer é bloquear também o acesso por outros meios. Particularmente a trava de acesso pelo MAC (Media Access Control) é bastante interessante, pois é razoavelmente difícil burlar-se o controle de acesso dessa maneira (existem técnicas de ARP poisoning e ARP spoofing que permitem enganar esse tipo de trava, mas ainda assim é algo com um bom grau de segurança). Isso pode tornar o acesso um tanto inconveniente, mas é como se diz: a segurança é inversamente proporcional à conveniência.
Bem, então vamos nessa:
1-) Configurando o WiFi:
É importante começar avisando que, embora o utilitário de configuração inicial do roteador seja em Windows, uma vez essa configuração seja feita (acredito que deva funcionar via Wine, mas comigo não deu certo), a configuração pode ser feita totalmente pelo navegador, inclusive em Linux (Firefox, Konqueror e Epiphany todos funcionam com a ferramenta de administração do Linksys). È recomendável ativar-se o DHCP, pois isso oferece alguma conveniência na configuração.
OK… Com o roteador instalado, vamos ao que interessa: abra seu navegador e vá para o endereço do roteador (normalmente http://192.168.1.1). Seu navegador irá pedir um login e senha. O login é vazio, a senha você deve usar a definida no momento da configuraçãoi inicial (ou qualquer outra que você tenha definido para o administrador). Você irá então cair na janela de administração geral. A navegação é simples na ferramenta de administração: existem duas barras, uma preta e uma azul. A preta são as opções principais, enquanto a azul são as sub-opções. No caso, clique em “Sem Fios“. Você irá para uma página como a abaixo:


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Você irá cair na opção “Definições sem fios básicas“. Para liberar de maneira básica seu DS em WiFi basta configurar essa página. No modo, você pode deixar “misto”, de modo que hardware wireless mais potente possa usar velocidades maiores (ao menos enquanto o DS não estiver presente). No SSID coloque qualquer nome que desejar. A única sugestão é não deixar no valor padrão da Linksys (linksys). No meu caso, o SSID está definido para “hogwarts”. Quando quiser deixar o WiFi desligado, selecione “nenhum” nessa opção.
A opção “Canal sem fio” está marcada pois existe um certo debate sobre qual canal deixar. Em muitas comunidades, aconselha-se o canal 6, pois é um consenso. Na realidade, não há nada que o impeça de deixar em qualquer canal. Eu preferi deixar no 6, portanto é a seu critério.
A opção “Difusão de SSID sem fios” é uma opção que você pode avaliar para aumentar um pouco a segurança: em modo normal, toda rede WiFi faz a difusão do seu SSID para anunciar sua presença. Porém, algumas pessoas preferem desativar esse recurso, crendo que ele torna a rede insegura. Como é possível descobrir-se o SSID por força bruta, ainda que não seja fácil, esse recurso não é muito interessante, pois também irá dificultar seu acesso à rede (você precisará lembrar totalmente o nome do SSID da sua rede). Eu prefiro deixar esse recurso ativo e fazer o controle de acesso via MAC, mas isso também é opção sua.
Clique em “Guardar Definições” e pronto: sua wireless estará ativa. Vamos fazer um teste rápido.
2-) Testando sua conexão com a Internet no DS:
Pegue seu DS e escolha um jogo que permita acesso à Nintendo WFC (World Friend Connection). Sugiro Mario Kart DS ou Bleach. No caso, falaremos de Mario Kart DS. Escolha a opção “Nintendo WFC” e em seguida vá para “Nintendo WFC Settings”. A partir daqui, a janela de configuração é genérica. Você verá a tela abaixo:

Selecione “Nintendo Wi-Fi Connection Settings” com a stylus. Você receberá um assistente de conexão como o abaixo na Touch Screen:

Aqui no caso percebemos que o DS tem como receber até 3 redes WiFi para acessar. Toque em um dos “None” para ir ao “Settings” como abaixo:

Selecione a opção “Search for an Access Point”. Aqui é importante ressaltar algumas coisas:

  1. Nesse momento, devem ser encontradas todas as redes wireless na região de potência do DS. Se você não permitiu anúncio do SSID, você pode ter alguns problemas para localizar sua rede se ouver outras redes cujo SSID não esteja sendo anunciado. Por isso, em um primeiro momento, é interessante configurar o roteador para anunciar o SSID. Depois de configurar a rede no seu DS, desativar o SSID não faz a menor diferença;
  2. O DS irá mostrar para você as seguintes situações para cada rede wifi detectada. Verifique a sua e siga como for descrito:

Quando aparece dessa forma, é indicação que a rede do SSID indicado (no exemplo, MY_WIRELESS) está aberta e portanto basta selecioná-la. Se a rede tiver DHCP e nenhum outro controle de acesso, bastará selecionar com a stylus essa rede e esperar o teste de conexão confirmar a conexão. Esse deve ser o estado da rede no presente momento após esta configuração inicial do roteador.

Quando aparece dessa forma, é indicação que a rede do SSID indicado (no exemplo, MY_WIRELESS) está protegida por WEP (Wired Equivalent Privacy) de 60 bits, que o DS pode acessar. Essa criptografia é muito fraca, mas pode ser melhor que nada se combinada com outros elementos de segurança. De qualquer forma, para acessar essa rede, após cselecionar com a stylus essa rede, você precisará fornecer a WEP Key da mesma. Veremos mais sobre isso adiante.

Quando aparece dessa forma, é indicação que a rede do SSID indicado (no exemplo, MY_WIRELESS) está protegida por formas de criptografia que o DS não consegue trabalhar (normalmente WEP de 124 bits ou WPA). O DS não será capaz de acessar esse tipo de rede, não importa o que aconteça. Nesse caso, a melhor coisa é desativar a criptografia ou a definir para WEP de 60 bits. Veremos mais sobre isso depois.
Se você seguiu o tutorial como está e deixou os padrões de fábrica do roteador, bastará selecionar o seu SSID e o resto será questão de esperar que o roteador ofereça via DHCP um IP. O DS irá testar a conexão e, se tudo ocorrer bem, ele irá apresentar uma mensagem “Test Sucessful”. Caso contrário, consulte a página de ajuda da Nintendo e o manual do roteador.
Tudo OK, basta apertar B para voltar ao jogo (no caso Mario Kart), e selecionar a opção de conexão à WFC. No caso “Nintendo WFC Connect”. Aguarde alguns instantes e você poderá começar a jogar via Internet.

3-) Melhorando a segurança:
OK… Na realidade, já temos conexão via DS à Internet e podemos jogar online via Nintendo WFC. Porém, ainda temos mais coisas a fazer. Se você seguiu tudo como fizemos, nosso roteador Wireless é um hotspot, ou seja, é um ponto de acesso totalmente aberto com o mundo. Isso pode ser perigoso pois podemos ser usados como ponto de acesso à rede para piratas de computador que localizem nossa rede via wardriving/warchalking (para resumir, a prática de localizar e marcar redes de Internet abertas). Vamos então começar a melhorar a segurança na medida do possível.
A primeira coisa que iremos fazer é implementar o WEP de 60bits. Embora esse protocolo a muito tenha sido derrubado e portanto não é considerado mais seguro, combinado com outros elementos pode nos dar uma segurança considerável. Portanto, vamos ativá-las nem que seja para dificultar ao máximo o acesso não-autorizado à rede Wireless.
Abra o gerenciador do roteador e selecione o menu “Sem fios”, opção “Segurança sem Fios”.


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No caso, a segurança é definida nas primeiras duas listas. Na primeira, “modo de Segurança”, escolha WEP. Na segunda, “Encriptação WEP”, escolha “64 Bits 10 dígitos hexadecimais”. Defina uma chave em Frase-passe e clique no botão “Gerar”.
Perceba que logo abaixo existem quatro caixas com os textos “Chave 1” a “Chave 4”. No caso, são justamente essas chaves que você deverá passar para o DS. Anote uma dessas chaves, pois ela será inserida no DS. Clique em “Guardar Alterações”.
Se você tentar usar agora o DS para jogar ou navegar na Internet, você não irá conseguir, pois a rede está com criptografia. Vamos ver como corrigir.
Proceda como anteriormente para entrar na janela de configuração de Wifi do DS mostrada anteriormente. Se você usar Bleach – Blade of Fate, acesse “Versus Mode”, em seguida “Nintendo Wi-Fi Connection” (a opção com o Kon) e em seguida “Setup”. Toque em “Nintendo Wi-Fi Connection Settings”. Sua conexão configurada deve estar em “Ready”. Toque em “Ready” e você cairá em uma janela como a seguinte:

Essa janela é onde você pode ajustar manualmente todas as suas configurações. No caso, para reabilitar nossa conexão, teremos que dar a chave WEP. Para isso, toque em “Edit” na linha “WEP Key”. Aparecerá um teclado para você entrar a chave WEP. Digite a chave WEP que você anotou, gerada pelo roteador e confirme. Em seguida, toque em “Test Connection”. Caso você receba o “Connection Sucessful”, clique em “Save Setting”.
Já temos uma segurança por criptografia, mas como disse o WEP 60 Bits suportado pelo DS é muito fraco. No caso, confiar apenas nessa criptografia é uma tolice, pois ela pode ser obtida facilmente por análises e quebrada rapidamente. No caso, vamos aumentar a segurança restringindo o acesso pelo MAC.
3-) Restringindo via MAC:
O MAC (Media Access Control) é um endereço físico estipulado pelo protocolo de redes Ethernet (protocolo padrão abaixo do IP) que é adicionado por padrão a qualquer placa de rede Ethernet ou compatível (como o WiFi 801.22). Normalmente não é fácil clonar um MAC, uma vez que ele vem gravado diretamente no hardware da placa (ou no caso, do DS), mas existem mecanismos que permitem fazer MAC Spoofing (exige que o hardware cujo MAC será clonado esteja fora do ar). Ainda assim, essa restrição é a melhor forma de impedir o acesso não autorizado ao roteador WiFi, uma vez que o processo de MAC Sppofing não é algo simples de ser feito.
Antes de ativarmos esse modo, devemos pegar o endereço MAC de todos os hardware que irão acessar o rotador sem fio. No caso, falaremos especificamente do DS. Para placa de redes WiFi (como as de notebooks), existem comandos que fornecem esse endereço.
Ligue o DS e vá para o “Nintendo Wi-Fi Connection Setup” conforme seu jogo. Toque em “Options”. Você receberá uma janela como a seguinte:

Escolha a opção “System Information”. Você receberá a janela a seguir:

Perceba que existem dois valores: o de baixo, “Nintendo Wi-Fi Connection ID” , é importante pois ele é usado para “amarrar” os códigos pessoais de uso dos jogos multiplayer (chamados de “Friend Codes”) ao DS em questão. Se você trocar de DS, poderá não ficar mais acessível a aqueles contra quem você já jogou. Para “voltar a ficar disponível”, use a opção “Transfer Nintendo WFC Configuration” do menu anterior. Cuidado ao fazer isso: você poderá, caso haja problemas de carga de bateria, inutilizar seu sistema de rede dos dois DS, pois os DS envolvido estarão trocando seus endereços MAC. Você foi avisado!
Voltando: o valor que nos interessa é o outro, “MAC Address” que é uma seqüência de 6 números hexadecimais. Anote esses valores, mas substituindo os traços (-) por dois-pontos(:), pois essa é a anotação normal do MAC.
Anotado esse valor, podemos voltar à configuração do roteador. Entre no gerenciador, escolha menu “Sem Fios”, opção “Filtro MAC sem fios”. Você chegará a uma tela parecida com a abaixo:


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Primeiro de tudo, escolha a opção “Ativar” em “Filtro MAC sem fios”. Em seguida, vão aparecer as opções “Impedir” e “Permitir Apenas”. Escolha a segunda, pois desejamos que apenas os dispositivos cujo MAC estejam na tabela possam acessar nosso roteador. Clique em “Editar lista de filtros de MAC”. Um popup irá aparecer com uma tela similar à seguinte:


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Veja que você pode listar até 20 dispositivos nessa tabela. Coloque o endereço MAC do DS anotado anteriormente em uma das caixas de texto. Ao terminar, clique em “Guardar Alterações” nessa popup. Lembre de entrar todos os endereços MAC de todos os dispositivos sem fio que vão se conectar a esse roteador. Isso inclui: notebook, desktop com placas ou dongles USB WiFi, Palms, PSPs, Nintendo Wiis, celulares como o iPhone e qualquer outro hardware com suporte na 801.22 e que você deseje que acesse esse roteador. Lembre-se de neles introduzir também a WEP Key definida anteriormente. Clique em “Guardar definições” na tela anterior. Para testar, ligue seu DS e conecte-se normalmente à WFC, como demonstramos anteriormente.
4-) Conclusão:
O Nintendo DS é um console simples, divertido e que permite vários recursos interessantes, como a conexão via WiFi com jogadores de todo o mundo. Mas fazermos isso com segurança temos alguma mão de obra setando o máximo de opções de segurança possível. Porém, quando você jogar sua primeira partida de Mario Kart ou Bleach ou qualquer outro jogo via WFC, você irá perceber que todo esse esforço vale realmente a pena.
Update: Normalmente os ajustes acima funcionam bem para o Nintendo Wii, com algumas alterações:

  • O Canal a ser usado deve ser o 1 ou o 11, conforme recomendação no manual do usuário;
  • Algumas vezes, caso o sistema não conecte-se, pode ser a criptografia WEP. Nesse caso, desative a criptografia WEP. Com a proteção de rede MAC você tem proteção o suficiente contra o uso anormal da rede. Obviamente a criptografia de dados deve ser avaliada;